O analista operacional da Anglo American, Gustavo Feitosa, foi muito além das notas para aprovação em Engenharia Civil quando fez o trabalho de conclusão de curso. Em 2018, ele idealizou que a escória de Ferro-Níquel poderia ter um destino útil para a sociedade: a transformação do material em blocos de concreto e, posteriormente, peças de pavimento intertravados (paver ou peças pré-moldadas). Os efeitos dessa iniciativa, após comprovação da viabilidade técnica dos materiais, prosseguem para fins sociais, inseridos em programas da Anglo American, como o Mandando Bem e o Embaixadores do Bem.
O propósito da empresa de re-imaginar a mineração para transformar a vida das pessoas o inspirou para ter essa preocupação com o destino do rejeito e a criação de uma solução inovadora e sustentável. Para Gustavo, o principal desejo é possibilitar um legado para a comunidade.
“Eu precisava apresentar um TCC da graduação de Engenharia Civil e, ao mesmo tempo, queria agregar ao propósito da Anglo American, e daí cheguei nessa ideia, de utilizar escória na construção civil para melhorar a vida das pessoas. É uma satisfação acompanhar e participar das possibilidades que o projeto oferece para as comunidades”, disse Gustavo.
No processo da fabricação de um lote de pavers a base de concreto, no qual a pavimentação permitirá até tráfego de pedestres e veículos leves, a escória de FeNi substituiu parcialmente a areia na ordem de 20%, porém é possível aumentar este índice de acordo com o artefato de concreto idealizado, bem como a sua aplicação (tijolos, telhas cerâmicas e pisos). Além de um destino para a escória, agregando valor para a produção de ferro-níquel, é possível diminuir a extração de areia dos leitos dos rios.
A ONG Dona Naná, no município de Barro Alto-GO, que atende pessoas carentes com doenças crônicas, será uma das entidades beneficiadas com cerca de 6.000 peças de pré-moldadas. Entretanto, com a pandemia da Covid-19, os responsáveis esperam o melhor momento para o início das obras por conta da segurança para a saúde de todos.
“A expectativa é que os estudos realizados possam despertar interesses de outros departamentos na empresa e alcançar níveis mais altos, ou seja, permitir uma produção de artefatos de concreto com escória de FeNi em grande escala. Assim, quem sabe, atender não só o município de Barro Alto, mas o estado de Goiás e até mesmo todo o território nacional”, completou Gustavo.