O projeto, iniciado há dois anos para abordar os conflitos entre gente e onças na Amazônia, já está presente no Pantanal e Mata Atlântica
O Projeto Conviver Gente & Onças, conduzido pelo
biólogo Silvio Marchini, também coordenador do
programa Escola da Amazônia cresceu e teve uma grande
repercussão nos últimos dois anos graças ao
patrocínio da Anglo American. Planejado para abordar os
conflitos entre gente e onças na Amazônia – com
foco na região do entorno do Parque Estadual Cristalino, em
Alta Floresta, no Norte do Mato Grosso, o programa agora foi
ampliado para o pantanal e região da Mata
Atlântica.
“A Anglo American tem sido simplesmente vital para o
projeto. Ainda que o mesmo receba apoio de outras
instituições, o patrocínio da empresa é
o mais flexível, permitindo que o projeto se adapte
prontamente às novas necessidades”, afirma
Silvio.
Segundo o biólogo essa expansão e
integração com outros projetos só foi
possível graças ao apoio da companhia, que
também tem permitido a divulgação dos
resultados em congressos internacionais. Este ano, o projeto foi
apresentado na Conferência sobre Biologia e
Conservação de Felinos, em Oxford (EUA), no mês
de setembro e no maior evento da conservação mundial
- o Encontro da Sociedade da Biologia da Conservação
(SCB), África do Sul, em julho.
Todo o Projeto Conviver Gente & Onças foi
desenvolvido a partir do estudo da relação entre
gente e onças na região do entorno do Parque Estadual
Cristalino. Com base nos resultados, o projeto desenvolve, em
cooperação com o Projeto Escola da Amazônia,
campanhas de educação e comunicação
para melhorar a relação entre gente e onças na
Amazônia.
A falta de conhecimento sobre onças e certas
crenças a respeito desses animais contribuem para que estes
sejam perseguidos e abatidos por proprietários rurais na
Amazônia. “Uma crença importante na fronteira
agrícola da Amazônia é a de que as onças
representam uma ameaça à segurança das
pessoas, além da percepção do prejuízo
econômico atribuído pelos produtores rurais quando
associado à predação do gado
doméstico”, afirma o biólogo. Apesar das
medidas para resolver o problema, a relevância do
conhecimento e das crenças na relação entre
gente e onças na Amazônia, indica que
intervenções de educação e
comunicação podem cumprir um papel importante na
conservação desses animais.
Assim, um importante passo do projeto Conviver Gente &
Onças foi o desenvolvimento de campanhas de
educação e comunicação, que foram
implementadas em cooperação com a Escola da
Amazônia. As ações incluem oficinas para jovens
da zona rural e palestras e peças de teatro em escolas
rurais de Alta Floresta e Novo Mundo, além do uso de
adesivos, pôsteres, camisetas, chaveiros e revistinhas
baseados na personagem mascote de comunicação
"Sassá, a Onça".
“A campanha de informação e
conscientização foi intensificada no segundo semestre
de 2007, e entre os novos destaques estão a série de
esquetes no rádio e o livreto ‘Guia de
Convivência Gente & Onças’ - que traz
informações sobre o impacto que as onças
causam sobre a pecuária e aquele que o ser humano causa
sobre as populações de onças”, completa
Silvio Marchini.
Escola da Amazônia
O programa Escola da Amazônia apresenta dois componentes
fundamentais. O primeiro é a Educação para a
Conservação no Entorno do Parque Estadual Cristalino,
em Alta Floresta, no Norte do Mato Grosso. O Parque Cristalino
abriga uma das maiores diversidades biológicas entre todos
os parques da Amazônia, mas é também um dos
mais ameaçados. Ele tem papel estratégico na
contenção da expansão do desmatamento em
direção ao norte. Campanhas de
informação e sensibilização sobre a
importância da conservação - e do Parque
Cristalino, em particular - são baseadas principalmente em
duas espécies-bandeira: o Macaco-Aranha-da-Cara-Branca e a
Onça-Pintada. “As campanhas envolvem a
participação de alunos de escolas rurais localizadas
no entorno do Parque em oficinas de imersão nas quais
são discutidas alternativas mais sustentáveis para a
pecuária, tais como o extrativismo, a piscicultura, a
apicultura e o turismo”, explica Silvio.
O segundo componente é o Programa Escolas Irmãs,
que promove colaborações entre pares de escolas - uma
visitante e uma local - com benefícios acadêmicos para
os dois lados. Também envolve benefícios
econômicos para a escola local, pois a
colaboração envolve o subsídio das atividades
locais e a doação de livros da escola visitante
(escola particular de centros urbanos fora da Amazônia) para
a escola local (escola pública rural no município de
Alta Floresta ou Novo Mundo). O Programa Escolas Irmãs
possui dois objetivos. Um deles é despertar o interesse pela
Amazônia entre jovens dos grandes centros urbanos: uma das
causas dos problemas da Amazônia é que mais de 80% dos
brasileiros vivem longe demais da Amazônia e não
possuem consciência de sua importância. O outro
objetivo é a sustentabilidade financeira: comparada com
outras abordagens em conservação, a
educação demora para causar impactos
tangíveis.
Mais informações sobre esses componentes
ficarão disponíveis até o final de 2007.
“Ainda este ano vamos lançar um novo site da Escola da
Amazônia
(www.escoladaamazonia.org),
que vai apresentar todos os projetos em andamento. Entre eles,
projetos novos como o de doação de livros para
escolas rurais, o Projeto Correspondência (que promove a
troca de cartas entre jovens das capitais e jovens da
Amazônia rural) e as oficinas de economias alternativas. Em
breve, o novo site também apresentará novidades da
Sassá, a Onça”, revela o biólogo.
Desenvolvimento Sustentável: parte do
negócio Anglo American
A Anglo American foi classificada em 2007, pela segunda vez,
entre as três empresas européias com melhor desempenho
em responsabilidade social pelo "Good Company Rankings",
organizados pela revista alemã de negócios 'Manager'.
O ranking certifica empresas cujas políticas de capital
humano e desenvolvimento sustentável contabilizaram
resultados positivos em governança e produtividade.
O Good Company Ranking é organizado duas vezes por ano
pela Manager Magazin, Deloitte, e pela consultoria empresarial
Kirchhoff. Desenvolvido entre as 120 maiores empresas
européias, o ranking é um trabalho independente,
baseado nos resultados de trabalhos feitos com meio ambiente,
capital humano, compromisso social e rentabilidade.
O Brasil também merece aplausos
A Anglo American Brasil, como em todas as empresas do grupo,
desenvolveu um Plano de Envolvimento com a Comunidade (PEC) junto
às unidades onde opera. O PEC resume as principais
ações para três anos (2006/2008) para a
atuação de forma conjunta com as partes interessadas.
O objetivo é maximizar os aspectos e impactos positivos das
atividades da Anglo American nas comunidades, além de
otimizar as oportunidades locais identificadas no processo de
consultas. As ações contidas no plano, e ainda outras
que foram definidas ao logo do processo de envolvimento, têm
um acompanhamento regular.
Como elemento auxiliar de sua política de Investimento
Social, a empresa também desenvolveu um Manual de
Apresentação de Projetos, cuja meta é auxiliar
as instituições de caráter público e
privado na elaboração de projetos e parcerias que
visem ao desenvolvimento das comunidades onde atua.
Os fóruns comunitários, realizados duas vezes ao
ano, constituem-se, mais do que encontros, em diálogos
permanentes. "Buscar a melhor parceria com as partes envolvidas
é nosso foco principal" afirma Liomar da Silva Rocha Vidal,
responsável pelas ações com as comunidades de
Niquelândia e Barro Alto. "Nosso compromisso é pensar
e trocar opiniões sobre projetos, programas e formas de
integração/participação da empresa
naquilo que for de interesse coletivo", destaca.