Evitar ou minimizar os impactos ambientais nos ecossistemas onde
está presente é uma das prioridades do Grupo Anglo
American. A empresa tem diretrizes e estratégias definidas
com relação à sua responsabilidade no uso da
terra e no cuidado com a biodiversidade, e mantém parceria
com ONGs e entidades de pesquisa para monitorar suas
práticas e suas áreas de influência. Entre as
mais recentes novidades que envolvem o tema está a
descoberta científica de morcegos inéditos na
região de Niquelândia (GO) e o anúncio de
parceria com a ONG Fauna & Flora International (FFI).
O estudo de morcegos, que faz parte de um dos capítulos
do livro Ecologia de Morcegos que foi lançado no XXVII
Congresso Brasileiro de Zoologia - Curitiba-PR, é fruto da
parceria com a UFG (Universidade Federal de Goiás), que
vigora desde 2005, e é um dos pontos de maior destaque do
trabalho da empresa com a biodiversidade. Em valor total de R$ 260
mil no último ano, este convênio prevê que a
empresa ofereça incentivos, como recursos e acesso às
suas áreas, para que pesquisadores da universidade possam
realizar trabalhos de campo e inclui bolsas de pesquisa, recursos
para aquisição de equipamentos (gravadores para
captar os sons dos animais, microscópios, lupas etc.) e
materiais de consumo. Durante este período, mais de 15
pesquisadores participaram de estudos que identificaram 113
espécies de plantas, 250 espécies de invertebrados,
29 de anfíbios, 12 de lagartos, 18 de serpentes, 156 de
aves, 19 espécies de morcegos e 18 de mamíferos
não-voadores. Foram encontradas algumas espécies
ameaçadas de extinção, como os pássaros
Mutum-de-penacho, Udu-de-coroa-azul e Pica-pau-da-copa, o morcego
Lonchophylla dekeyseri, a jaguatirica, o tamanduá-bandeira e
a onça-parda.
Para o Prof. Dr. Rogério Pereira Bastos, zoólogo e
coordenador do Programa em Ecologia e Evolução da
UFG, esta parceria é extremamente benéfica para os
alunos da universidade. “Alguns dos nossos estudantes
têm bolsa de pesquisa da própria
instituição de ensino, mas nós não
conseguimos oferecer este subsídio a todos. O convênio
com a Anglo American permite que os graduandos e
pós-graduandos que não foram contemplados pela UFG
possam desenvolver suas pesquisas de graduação,
mestrado e doutorado”, explica Bastos. “É
importante salientar que a Anglo American não encara esta
parceria como uma prestação de serviço. A
empresa entende que os resultados da pesquisa surgem apenas em
médio e longo prazo”, salienta.
Os resultados de uma destas pesquisas surpreenderam o
pesquisador Leonardo Aparecido Guimarães Tomaz, que defendeu
tese de doutorado estudando a população de morcegos
do Cerrado de Niquelândia. Foram encontradas 19
espécies diferentes de quirópteros dentro da reserva
da Anglo American – Codemin, sendo uma delas a Lonchophylla
dekeyseri, classificada como Vulnerável na lista de
espécies brasileiras ameaçadas de
extinção. Além disso, foi a primeira vez que
se registrou a presença da espécie Artibeus concolor
na região Centro-Oeste.
De acordo com a companhia, o interesse neste tipo de estudo
é alto, pois a fauna é uma espécie de
termômetro da natureza. Os animais são os primeiros a
sentir os efeitos de mudanças no habitat, portanto
alterações no seu comportamento são
indicadores relevantes de alterações no ambiente.
Segundo Marcelo Vilela Galo, gerente de Desenvolvimento
Sustentável para Niquelândia e Barro Alto da Anglo
American Brasil, “as informações que
conseguimos por meio da parceria com a UFG são extremamente
importantes para nos auxiliar no monitoramento do impacto das
nossas atividades na região, sem danificar os sítios
sensíveis. Consideramos essencial ainda que este trabalho
seja compartilhado com a comunidade.” Por isso, além
da geração de conhecimento, no trabalho também
se destaca a disseminação deste conhecimento, por
meio de materiais enviados a professores das escolas da
região.
Conheça outras iniciativas da empresa:
Barro Alto (GO)
Na cidade goiana de Barro Alto, onde a Anglo American
está implementando seu novo empreendimento de níquel,
o estudo da biodiversidade começou com o Estudo de Impacto
Ambiental, elaborado em 2000, durante o estudo de viabilidade do
projeto. O monitoramento biológico foi proposto buscando a
adoção de medidas viáveis de
mitigação de impactos. Quatro campanhas foram
desenvolvidas entre 2004 e 2006, que serviram como apoio para a
elaboração do Plano de Controle Ambiental da
atividade de mineração. Este monitoramento inclui
mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes.
Como resultado destes trabalhos, as principais ações
para os próximos anos serão a educação
dos motoristas a respeito de animais silvestres nas estradas, maior
atenção aos rios e nascentes com monitoramento da
pesca, cuidados para evitar acidentes com serpentes
peçonhentas, estudos de flora para verificar se há
diferenças na composição das espécies
de áreas que apresentam viabilidade econômica para
extração de minério, proibição
de entrada de caçadores e cães nas áreas de
preservação, e conscientização da
comunidade vizinha sobre a importância da
preservação da biodiversidade. Em 2007, este trabalho
foi retomado em parceria com a Universidade Federal de
Goiás.
Catalão (GO)
No sudeste goiano, área em que a empresa também
possui planta, foi realizado um estudo semelhante ao de
Niquelândia, pela empresa especializada Neotropica Tecnologia
Ambienttal Ltda. O levantamento florístico, realizado entre
outubro de 2004 e setembro de 2005, inventariou 529 espécies
da flora em uma área de raio de 50 km do complexo da
empresa. Já a pesquisa de fauna, realizada entre fevereiro
de 2005 e dezembro de 2006, identificou invertebrados de oito
classes diferentes, 27 espécies de anfíbios, 29 de
répteis, 206 aves de 53 famílias e 39 espécies
de mamíferos. Foram localizados diversos animais
ameaçados de extinção, como o lagarto iguana,
o teiú, o perdiz, o gavião amarelo, o veado-mateiro e
a paca.
Cubatão (SP)
Na região do pólo petroquímico, a companhia
desenvolve um trabalho de capacitação de pessoas da
comunidade para trabalharem no viveiro de mudas por
intermédio da realização de treinamentos
teóricos e práticos. Este projeto é resultado
do Estudo da Biodiversidade da Mata Atlântica na
Região da Serra do Mar, que em 2007 foi condecorado com o
Prêmio Von Martius de Sustentabilidade e com o Prêmio
Benchmarking Ambiental Brasileiro. Este ano a companhia foca seus
esforços no licenciamento e instalação do
Criadouro Conservacionista e Área de Soltura para animais
silvestres para o enriquecimento da fauna local, a próxima
fase do projeto.
Entre outras atividades, há novos estudos em Área
Controle, elaboração de materiais educativos como
relatório, livretos, filme institucional sobre os trabalhos
desenvolvidos na Região da Serra do Mar e do Estudo da
Biodiversidade, planejamento e implantação das
ações voltadas para a conscientização
ambiental com foco na comunidade local, reavaliação
das condições da flora e da fauna local por
intermédio do monitoramento da região e
preparação e lançamento de livro com portfolio
dos animais e da flora presente na região.
Amazônia
A Anglo American ainda apóia o projeto Conviver Gente
& Onças, planejado para abordar os conflitos entre
onças e seres humanos na Amazônia, no pantanal e na
região da Mata Atlântica. O projeto desenvolve, em
cooperação com o Projeto Escola da Amazônia,
campanhas de educação e comunicação
para melhorar a relação entre gente e
onças.
Acordo internacional é nova etapa da
política de biodiversidade
Para fortalecer sua política de biodiversidade, a
companhia acaba de assinar um acordo para parceria mundial com a
Fauna & Flora International (FFI), a mais antiga entidade
internacional de conservação da natureza (fundada em
1903). Com duração de três anos, a parceria
ajudará a desenvolver e aplicar a abordagem da Anglo
American para a administração da biodiversidade.
A FFI já esteve na planta de Niquelândia (GO) em
2007 para realizar, junto com especialistas da companhia, uma
avaliação das áreas impactadas pelas
atividades da operação e do Plano de
Ação em Biodiversidade da Anglo American Codemin. A
lista de verificação é baseada no trabalho de
ONGs (incluindo a FFI), nos princípios do ICMM (Conselho
Internacional de Mineração e Metais), nas diretrizes
da Anglo American e na Convenção da Diversidade
Ecológica definida na Eco ’92. Na ocasião, a
equipe concluiu que havia áreas com bom desempenho e
considerou positiva a atuação local por criar
parcerias com ONGs locais e universidades para ajudar a desenvolver
e implementar o Plano de Ação. A
recomendação da entidade agora é partir para
uma análise mais detalhada com o objetivo de identificar
áreas sensíveis e determinar um processo de
gerenciamento de riscos que relacione as atividades da empresa aos
potenciais impactos na biodiversidade.
Além de definir processos, o plano de ação
determina que seja feito um trabalho de
conscientização com todos os empregados que possam
ter alguma relação com a biodiversidade. Por este
motivo, os encarregados dos departamentos de Meio Ambiente das
unidades passaram por um treinamento em Goiânia sobre
biodiversidade com o Prof. Bastos. “A auditoria ambiental
realizada por uma das ONGs mais reconhecidas do mundo foi
inédita no setor. Esse fato também demonstra nossa
proatividade e comprometimento com o tema”, finaliza
Marcelo.