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Práticas Responsáveis no Combate às Queimadas Priorizam os Trabalhos da Anglo American (Niquel)

28 novembro, 2008

Durante o verão, o capim seca e o pasto transforma-se em local propício para queimadas.. Em alguns casos, basta um a dois dias sem chuva para que o pasto pegue fogo, o que pode ocorrer a partir de um fósforo aceso, ou ainda a partir da queimada em área vizinha. Seguindo sua política mundial de Desenvolvimento Sustentável, a Anglo American não pratica queimada como técnica de aceiro em suas propriedades há mais de 15 anos.

“Certamente isto tem contribuído para uma mudança de postura de nossos vizinhos, pois é com o exemplo que se propagam as boas práticas de respeito ao meio ambiente”, comenta Neri Celso, supervisor de Reflorestamento da Anglo American – Unidade Catalão/Ouvidor.

As capoeiras (matos ou matagal) que fazem limite com os pastos são menos suscetíveis ao fogo, pois  no solo da capoeira há menos material comburente. Além disso, esse material está menos exposto ao sol. Desta forma, são necessários no mínimo uma a duas semanas sem chuva para que sejam criadas condições favoráveis a incêndios. Entretanto, no final do verão, é comum observar grandes extensões de capoeira atingidas pelo fogo que teve início no pasto. A alta temperatura dos incêndios seca mais rapidamente as áreas limites entre esses dois ambientes.

De acordo com o Tenente Warley Martins de Souza, subcomandante do Corpo de Bombeiros no 5º. SGB em Catalão, a região (Catalão, Ouvidor e vizinhanças, além de locais com vegetação típica de cerrado em Goiás) é acometida pelos focos de queimadas entre os meses de maio até início de novembro com o pico nos meses de agosto e setembro. “A umidade mais baixa e os fortes ventos do mês de agosto favorecem a propagação do fogo”, comenta o Tenente.

Dados fornecidos pelo subcomandante demonstram que em relação ao período de abril/maio em 2007, comparados ao mesmo espaço neste ano de 2008, tivemos 38 focos de incêndios combatidos via bombeiros contra 09 neste ano. “Mas, sempre há mais focos em que os bombeiros não são chamados”, salienta Warley, admitindo a melhora dos números em relação ao ano passado. “Ainda são dados parciais, mais sempre significativos”, finalizou.

Neri Celso destaca as práticas responsáveis adotadas pelas empresas do Grupo em relação ao combate às queimadas, como a construção e manutenção de aceiros (áreas preparadas com trator que ara e limpa determinada faixa de terra e assim evita a propagação do fogo para dentro das propriedades, agindo como quebra-fogo). “Nas propriedades rurais particulares não existem muitos critérios definidos para a construção destes aceiros e estradas. Já para as propriedades com vocação florestal, os aceiros externos que têm geralmente 20 m de largura e os internos 10 metros”, explica o supervisor.

• Sistema de quebra-fogo

Podem-se estabelecer dois tipos de quebra-fogo para a proteção da floresta: o quebra-fogo natural e o aceiro. A implantação de quebra-fogos representa um investimento pequeno comparado aos prejuízos que o fogo causa. O custo resume-se ao valor de manter uma faixa de floresta, no caso do quebra-fogo natural, e em algumas horas de uso do trator no caso do aceiro. Para implantar um quebra-fogo natural, deve-se manter intacta uma faixa de floresta virgem entre as aberturas (pastos e roças) e a floresta explorada. A faixa de mata virgem deve ter no mínimo 100 metros de largura.

Caso o fogo ameace invadir a floresta, pode-se retirar o material comburente do solo (folhas secas, galhos pequenos), usando vassouras de cipós para limpar uma faixa de cerca de 1 metro de largura. Essa limpeza dificulta a propagação do fogo.

Quando não há uma faixa de mata virgem ao redor da mata explorada, pode-se construir um aceiro, ou seja uma faixa sem qualquer vegetação (3 a 5 metros de largura) margeando a área explorada. Deve-se manter sempre limpo o aceiro para que sirva como uma proteção permanente. No caso de capoeiras, eliminar as árvores com altura maior que a largura do aceiro, situadas no limite entre os dois ambientes, para que estas não sirvam como condutor de fogo no caso de incêndios.

No Brasil, assim como na América do Sul, a quase totalidade das queimadas é causada pelo homem, por razões muito variadas: limpeza de pastos, preparo de plantios, desmatamentos, colheita manual de cana-de-açúcar, vandalismo, balões, disputas fundiárias, protestos sociais, e etc. No contexto local, as queimadas destroem a fauna e flora, empobrecem o solo, reduzem a penetração de água no subsolo, e em muitos casos causam mortes, acidentes e perda de propriedades. No âmbito regional, causam poluição atmosférica com prejuízos à saúde de milhões de pessoas e à aviação e transportes; elas também alteram, ou mesmo destroem ecossistemas. E do ponto de vista global, as queimadas são associadas com modificações da composição química da atmosfera, e mesmo do clima do planeta; neste último contexto, as maiores contribuições do Brasil provêem das queimadas.

Nos últimos anos, 2004 foi o que apresentou maior número de queimadas, observando-se redução progressiva em 2005 e 2006, este último marcado pela redução do número de detecções feitas com satélites,  principalmente devido à diminuição do desmatamento na Amazônia.