Três inovações no processo de beneficiamento do minério de ferro, do Projeto Minas-Rio, estão sendo apresentados na Inovatec pela Anglo Ferrous Brazil. A feira é o maior evento brasileiro de divulgação e incentivo às inovações tecnológicas e acontece entre os dias 29 de setembro e 2 de outubro no Expominas, em Belo Horizonte. A empresa está com um estande no Espaço Mineração Metalurgia e Recursos Hídricos.

As inovações da Anglo estão focadas na utilização de equipamentos que usualmente não são aplicados no processo de beneficiamento de minério de ferro, ou não são utilizados nas etapas de processo propostas pelo projeto Minas-Rio. É o caso da prensa de rolos, que será utilizado após a Britagem.

A Britagem é a primeira fase do beneficiamento de minério de ferro, que reduz a granulometria (tamanho) do minério de ferro, por meio de “quebra” do material. São necessárias várias etapas de britagem. No projeto Minas-Rio, haverá britagem primária, secundária e prensa de rolos, que substituirá as etapas subsequentes.

Originalmente, a prensa de rolos é utilizada no processo de preparação da superfície específica do minério de ferro para a formação de pelotas, produto que não será produzido pela Anglo Ferrous Brazil. Além do melhor desempenho para a produção, a prensa de rolos trará economia no consumo de energia durante a operação, se comparado com outros equipamentos convencionalmente empregados nessa etapa, como moinho de bolas ou britagem terciária.


Filtro de cerâmica

A economia significativa de energia é o principal ganho na implantação de filtro de cerâmica na Filtragem, outra importante inovação no processo de beneficiamento. Essa etapa consiste na retirada de água do minério de ferro, que chegará em forma de polpa, pelo mineroduto, no Porto Açu, em São João da Barra.

Usualmente, utilizam-se filtros a disco ou prensa. A separação entre a água e o minério é realizada por sucção a vácuo. O filtro de cerâmica tem um ganho por absorver parte da água presente na polpa por causa de sua capilaridade e, assim, necessitar de menos energia para a separação dos dois elementos. “Nos estudos comparativos, o filtro a disco consome energia suficiente para iluminar cinco mil residências com quatro moradores. O filtro de cerâmica necessitará de um volume 18 vezes menor que esse”, explica o gerente do Mineroduto e Filtragem, Eduardo Orban. Outros ganhos observados nesse equipamento são o custo mais barato para a implantação e o tamanho da instalação, que é mais compacta em comparação ao filtro de disco e prensa.


Moinhos de bola Vertimill

Outra inovação será implantada na etapa de Remoagem, que ajusta o “tamanho” do minério para o seu transporte até o Porto por mineroduto. A equipe de engenharia do Projeto Minas-Rio optou pela utilização do moinho de bolas vertical, o Vertimill, da Metso. O equipamento, convencionalmente utilizado na mineração de níquel e cobre, foi escolhido por apresentar menor custo operacional em relação aos equipamentos utilizados nessa etapa.


Sobre a Anglo Ferrous Brazil

A Anglo American plc é um dos maiores grupos em mineração e recursos naturais do mundo. Com suas subsidiárias, joint ventures e associadas, é líder global em platina e diamantes, e tem participação significativa em metais básicos, minério de ferro e carvão. O grupo tem operações na África, Europa, América do Sul e do Norte, Austrália e Ásia. Atualmente, tem projetos aprovados que somam US$ 12 bilhões e também estuda o investimento de US$ 29 bilhões em futuros projetos, o que garante a continuidade do negócio.

O Grupo Anglo American apresenta um longo histórico no Brasil, com operações instaladas desde 1973 e, atualmente, emprega direta e indiretamente mais 5 mil pessoas. A empresa possui plantas de níquel em Niquelândia, nióbio em Catalão e fosfatados em Catalão, Ouvidor e Cubatão. A empresa também está investindo US$ 1,5 bilhão no Projeto Barro Alto para ampliar sua produção de ferroníquel. Com a construção da planta em andamento, a produção deverá ser iniciada em 2010 com uma média de 36 mil toneladas/ano, a partir de 2011.

Em agosto de 2008, a empresa criou uma nova unidade de negócios no país: a Anglo Ferrous Brazil, formada a partir da aquisição dos Sistemas Minas-Rio e Amapá, da MMX, em uma operação de US$ 5,5 bilhões. A nova unidade de negócios terá capacidade de produzir 33 milhões de toneladas anuais de minério de ferro a partir de 2010, destinadas ao mercado externo. Os projetos brasileiros, aliados ao plano de expansão da Kumba Mineração, na África do Sul, serão fundamentais para o cumprimento da estratégia global da Anglo American de produzir 150 milhões de toneladas anuais de minério de ferro a partir de 2017.

A Anglo American é uma empresa determinada a crescer no Brasil, trabalhando em conjunto com as comunidades locais e aplicando as melhores práticas de negócio adquiridas ao redor do mundo por quase um século.