O mineroduto do Sistema Minas-Rio, empreendimento da Anglo American em operação nos estados de Minas-Gerais e Rio de Janeiro, é o maior do mundo em extensão com 529 km e é uma das maiores obras de engenharia da América Latina, concluído em 2014. A estrutura transporta minério de ferro do município mineiro de Conceição do Mato Dentro ao Porto do Açu, em São João da Barra, no Rio de Janeiro, atravessando 33 cidades.
“Levamos quatro anos para construir o mineroduto e finalizamos a implantação com sucesso, dentro do prazo e do orçamento estipulados em 2012. Foi uma grande empreitada, que contou com a participação de mais de 10 mil pessoas em 200 frentes de obra. Utilizamos tecnologias de ponta e processos de controle de qualidade rigorosos na construção da estrutura, além de termos priorizado a segurança dos nossos empregados e terceirizados em todas as etapas da obra”, ressalta o diretor de Projetos da Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil da Anglo American, Alberto Vieira.
Vieira explica que o mineroduto foi escolhido pela Anglo American para ser o modal logístico de transporte do minério de ferro por ser de alta confiabilidade, provocar baixos impactos ambientais, ter baixo custo operacional e de manutenção, especialmente se comparado com o de outras alternativas, como a ferroviária.
A estrutura conta com uma linha tronco com 529 km de extensão em tubos de aço do tipo API 5L-X70 - aço carbono de alta resistência, duas estações de bombeamento, localizadas em Conceição do Mato Dentro (MG) e Santo Antônio do Grama (MG), e uma estação de válvulas, localizada em Tombos (MG). Além disso, o mineroduto possui 10 estações de monitoramento de pressão (PMS) e oito leitos de anodo, que compõem um sistema de proteção catódica contra corrosões.
O transporte do minério de ferro tem início na área da planta de beneficiamento, em Alvorada de Minas (MG), por meio do impulsionamento da polpa de minério por bombas de pistão, que são de alta pressão. As duas estações de bombas oferecem apoio a esse transporte, que demora cerca de 6 dias para ser concluído a uma velocidade de 6 km/h. A polpa é transportada com 68% de sólidos a uma pressão de 18 Mpa na saída da estação de bombas 1 (EB1) e 20 Mpa na estação de bombas 2 (EB2). A estação de válvulas tem a função de corrigir a pressão do sistema de bombeamento para que a polpa chegue no terminal de minério de ferro do Porto do Açu na velocidade correta.
Embora tenha sido enterrado em cerca de 99% de sua extensão, o mineroduto conta com obras especiais: 11 furos direcionais (HDDs), cinco túneis, além de 21 passagens aéreas. “Optamos por construir o mineroduto com essas obras devido à composição topográfica da região, por diminuir o impacto ambiental e por serem métodos menos destrutivos”, explica Alberto Vieira.
ENGENHARIA DO MINERODUTO
Para a construção do mineroduto, foram realizadas inicialmente obras de terraplenagem – um volume de 25 milhões de m³ - para aplainar e aterrar a região. A implantação do modal logístico foi iniciada em 2010. Para a linha tronco de 529 km, a Anglo American utilizou cerca de 44 mil tubos, com tamanho médio de 12 metros e diâmetros de 24” e 26”, fabricados no Brasil, Japão e Argentina. Os tubos possuem 16 tipos diferentes de espessura, revestimento externo em tripla camada de polietileno e declividade máxima de 15%.
Uma grande parte da obra de implantação da tubulação do mineroduto foi o trabalho de solda. “Os tubos são soldados, têm as suas juntas revestidas para posteriormente serem enterrados. Foram feitas 43.774 soldas. Foi um trabalho extremamente importante e que passou por vários testes de controle de qualidade. Além disso, todos os soldadores possuíam certificação e seus resultados de performance eram monitorados. Não constatamos, por exemplo, nenhum vazamento nas soldas realizadas. Isso é uma prova da ótima qualidade do trabalho realizado”, aponta Alberto Vieira.
No que diz respeito à transmissão de dados ao longo do mineroduto, foi implantado um sistema de fibra óptica, capaz de suportar canais de voz, dados e vídeo. Além disso, a estrutura conta com um sistema SCADA (Supervisão e Aquisição de Dados), que permite operação local ou a distância via cabo óptico; sistemas de detecção de vazamento, de gestão de qualidade ambiental, segurança e saúde ocupacional.
Ao longo de toda a implantação do mineroduto, foram realizados monitoramentos, como testes hidrostáticos, que têm o objetivo de verificar a resistência da tubulação e a ocorrência de vazamentos, fissuras ou rupturas para garantir máxima eficácia e segurança no transporte do minério de ferro.
DADOS MINERODUTO PROJETO MINAS-RIO
Extensão |
529 km |
Unidades do mineroduto |
- 1 linha tronco com 529 km de extensão em tubos de aço (API 5L-X70), 24” e 26”, com revestimento externo em tripla camada de polietileno e declividade máxima de 15%.
- 2 estações de bombeamento - EB-1 (8 bombas) e EB-2 (10 bombas).
- 1 estação de válvula - EV.
- 11 furos direcionais - extensão total = 5.206 m.
- 5 túneis – extensão total = 2.396 m.
- 21 passagens aéreas – extensão total = 1.510 m.
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Telecmunicações e sistemas de controle de manutenção |
- Sistema de fibra óptica – principal meio de comunicação ao longo do mineroduto que é capaz de suportar canais de voz, dados e vídeo.
- Proteção catódica – controla a resistividade elétrica da tubulação.
- Estações de monitoramento de pressão – onde ocorre o controle de pressão e temperatura durante a operação.
- Sistema SCADA (Supervisão e Aquisição de dados) – via cabo óptico que permite operação local e ou a distância.
- Sistema de detecção de vazamento – realiza análise dos dados do SCADA e os compara com os do mineroduto (detecção acontece entre 2 e 10 minutos).
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Dados adicionais |
- Transporte da polpa - 2105 m³/h - Vazão máxima com 68% de sólidos e uma pressão de 18 Mpa na EB1 e 20 Mpa na EB2.
- 1,6m/s - Velocidade mínima da polpa para não decantar.
- 92 horas para a polpa percorrer o mineroduto.
- 133.000 toneladas de aço utilizadas no mineroduto (linha principal).
- 43.774 soldas feitas na tubulação do mineroduto (linha principal).
- 8.772 funcionários e 1984 equipamentos no pico das obras em set/2013.
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Sobre o Sistema Minas-Rio
Um dos principais empreendimentos globais da Anglo American, o Sistema Minas-Rio atingirá uma capacidade anual de produção de 26,5 milhões de toneladas de minério de ferro até 2016. O Minas-Rio inclui uma mina de minério de ferro e planta de beneficiamento em Conceição do Mato Dentro e Alvorada de Minas, em Minas Gerais; o maior mineroduto do mundo, com 529 km de extensão e que atravessa 33 municípios mineiros e fluminenses; e o terminal de minério de ferro do Porto de Açu, no qual a Anglo American é parceira da Prumo Logística com 50% de participação, localizado em São João da Barra (RJ).
Sobre a Anglo American
A Anglo American plc. é uma das maiores companhias de mineração do mundo, com sede no Reino Unido e ações negociadas nas bolsas de Londres e Joanesburgo. Seu portfólio de negócios atende às diferentes necessidades dos clientes e abrange commodities de alto volume – minério de ferro e manganês; carvão metalúrgico e carvão mineral; metais básicos e minerais – cobre, níquel, nióbio e fosfatos; e metais e minerais preciosos – nos quais é líder global em platina e em diamantes.
A Anglo American é comprometida com a realização de um trabalho alinhado aos seus stakeholders - investidores, clientes, parceiros e empregados - para criar valor sustentável que faz a diferença, respeitando os mais altos padrões de segurança e responsabilidade em todos os seus negócios e localidades. As operações de mineração, projetos de expansão e atividades de exploração da empresa estão presentes no sul da África, América do Sul, Austrália, América do Norte, Ásia e Europa.
A empresa atua no Brasil desde 1973 e hoje está presente no País com quatro produtos: minério de ferro, com o Minas-Rio, um dos maiores empreendimentos de exploração de minério de ferro em operação no mundo; níquel, com operações nos municípios de Barro Alto e Niquelândia, em Goiás; fosfato, com as operações nos municípios de Ouvidor (GO), Catalão (GO) e Cubatão (SP), e nióbio, presente nos municípios de Catalão e Ouvidor, em Goiás.