Desde o fim de 2017, grupos de trabalho em todas as unidades da companhia discutem a equidade de gênero. Ações se desdobrarão para outros campos da diversidade
Ana Sanches, diretora Financeira da Anglo American no Brasil
Com o objetivo de melhorar o ambiente de trabalho de um modo geral, a Anglo American criou um grupo de trabalho que vem discutindo a equidade de gênero nas suas unidades em todo o mundo. A ideia é focar, inicialmente, em propostas de mudanças que levem à equidade de oportunidades e de reconhecimento entre homens e mulheres. Uma vez consolidadas essas mudanças, outros temas do campo da diversidade serão trabalhados pela companhia. Ana Sanches, diretora Financeira da empresa no Brasil, acredita que o programa tem potencial transformador. “Esse é um tema que precisa ser colocado de forma ética e respeitosa nas empresas. Quando isso acontece, todos temos a ganhar”, sustenta.
Formada em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e em Contabilidade pela Universidade FUMEC, Ana Sanches trabalha na Anglo American há cerca de seis anos. Atua em multinacionais há 21 anos e defende que as mulheres não precisam adotar posturas masculinizadas para se fazerem respeitadas. “Não podemos tapar o sol com a peneira. Existe, sim, discriminação e desrespeito dentro das corporações e na mineração, um ambiente ainda majoritariamente masculino. As mulheres vão pouco a pouco ocupando o seu espaço”.
Na Anglo American, a presença feminina é crescente e pode ser vista tanto nas minas quanto no nível de comando. No Brasil, a empresa tem hoje 1.259 mulheres trabalhando em suas operações, sendo 631 funcionárias próprias. No Sistema Minas-Rio, são 838 mulheres, 485 do quadro próprio. Nas operações de Níquel (em Barro Alto e Niquelândia, ambas em Goiás), são 421 (146 diretas). “Mas, ainda assim, é preciso aumentar a representatividade feminina nas lideranças”, acredita Ana Sanches.
Quando entrou para a Anglo American, em junho de 2012, a técnica de Apoio Operacional Janice da Silva de Figueiredo, 30 anos, natural de Itabira (MG), era a única mulher na sua área. “Éramos oito pessoas: três técnicos, quatro supervisores e um coordenador, e apenas eu de mulher”, recorda. Esse ambiente tão masculino não foi obstáculo para Janice. Pelo contrário: “Eles depositavam muita confiança no meu trabalho”, comenta. Fora da empresa, Janice ainda é alvo da curiosidade das pessoas por trabalhar em uma mina. “Elas acham estranho. Perguntam ‘Você usa botina o dia todo?’, ‘E aquele uniforme pesado? Não sente calor, não?’. Mas isso vem diminuindo. A mulher está realmente ocupando espaços anteriormente masculinos cada vez mais”, afirma Janice.
A técnica de Apoio Operacional começou trabalhando com Gestão de Risco e hoje contribui para a gestão do paiol de explosivos do Sistema Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro (MG). Trata-se de um trabalho de grande responsabilidade, que exige muita atenção e cuidado. “Mulher é mais detalhista, mais caprichosa. Isso conta também, com certeza”, avalia a funcionária, que tem dupla formação técnica: em mineração e em gestão de produção industrial.
Ana Sanches lembra que a capacidade natural feminina de ser multitarefa é um trunfo, mas para chegar aos cargos mais altos é imprescindível a formação acadêmica, o conhecimento técnico, o talento e o empenho. “É isso que vai nos fazer superar as desconfianças, driblar os obstáculos e conquistar nosso espaço no mundo corporativo”, analisa a executiva.
Igualdade de gênero
Como signatária do Pacto Global das Nações Unidas, a Anglo American segue, em todas as suas operações pelo mundo, muitas das diretrizes apontadas pela ONU para que tenhamos um planeta melhor até o ano de 2030. São os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Um dos ODS que a Anglo American promove globalmente é a “Igualdade de Gênero”, em que se busca reduzir as diferenças entre homens e mulheres em diversos níveis, como no mercado de trabalho.