Silvio Marchini, coordenador do programa Escola da Amazônia, ganhou um prêmio especial do Whitley Awards
O zoólogo Silvio Marchini, coordenador e idealizador do
programa Escola da Amazônia, ganhou neste mês um
prêmio de Comendação do Whitley Awards,
considerado o mais importante prêmio para a
conservação ambiental oferecido na Europa. Marchini
foi reconhecido por seu trabalho pela Princesa Real da Inglaterra e
por Sir. David Attenborough, no London’s Royal Geographical
Society (Sociedade Geográfica Real de Londres), na noite do
dia 10 de maio, e recebeu uma bolsa para ajudar a continuar seu
trabalho.
“A Escola da Amazônia junta todos os elementos
esperados pelo comitê avaliador do Whitley:
conservação baseada em ciência,
participação comunitária e
educação”, explica Marchini. O comitê dos
prêmios é composto por oito pessoas, representantes da
WWF-UK, Fauna & Flora International, Whitley Fund for Nature e
HSBC. A inscrição do zoólogo foi uma
indicação da Universidade de Oxford, onde ele
atualmente desenvolve seu doutorado.
“Desde 2006 a Anglo American tem um papel determinante nos
meus estudos e apóia meu projeto de doutorado - o Projeto
Conviver Gente & Onças - que é um dos programas
dentro da Escola da Amazônia”, destaca. No Projeto
Gente & Onças abordam-se as atitudes e
percepções que os habitantes da região possuem
sobre as onças-pintadas, e com base nos resultados das
pesquisas, está em desenvolvimento uma campanha de
informação e sensibilização.
O projeto tem como protagonista a mascote “Sassá, a
Onça”, que é a personagem nos materiais de
comunicação, como pôsteres, adesivos,
camisetas, revistinhas, além de peças de teatro e
séries no rádio. “O apoio da Anglo American tem
sido vital em diferentes componentes do projeto, entre eles, a
divulgação em congressos”, conta o
zoólogo. Em julho deste ano, o projeto será
apresentado no Congresso Anual da Sociedade para a Biologia da
Conservação, na África do Sul.
Para Silvio, a visibilidade e reconhecimento conferidos pelo
Whitley Awards são essenciais para dar continuidade a seus
projetos. Com metade do prêmio de 10 mil libras, ele pretende
fortalecer o Programa Escolas Irmãs. Professores e diretores
de novas escolas serão convidados e suas despesas de
transporte, acomodações e alimentação
serão contempladas. Com isso, espera-se aumentar o
número de escolas participantes no programa.
A outra metade vai ser usada na implementação de
um novo programa local, no qual serão incorporadas as
atividades da Escola da Amazônia na grade curricular de
escolas municipais rurais de ensino fundamental em Alta
Floresta.
Escola da Amazônia
O programa Escola da Amazônia possui dois componentes
fundamentais. O primeiro é a Educação para a
Conservação no Entorno do Parque Estadual Cristalino,
em Alta Floresta, no Norte do Mato Grosso. O Parque Cristalino
abriga uma das maiores diversidades biológicas entre todos
os parques da Amazônia, mas é também um dos
mais ameaçados. Ele tem papel estratégico na
contenção da expansão do desmatamento em
direção ao norte. Campanhas de
informação e sensibilização sobre a
importância da conservação - e do Parque
Cristalino, em particular - são baseadas principalmente em
duas espécies-bandeira: o Macaco-Aranha-da-Cara-Branca e a
Onça-Pintada. “As campanhas envolvem a
participação de alunos de escolas rurais localizadas
no entorno do Parque em oficinas de imersão nas quais
são discutidas alternativas mais sustentáveis para a
pecuária, tais como o extrativismo, a piscicultura, a
apicultura e o turismo”, explica Silvio.
O segundo componente é o Programa Escolas Irmãs,
que promove colaborações entre pares de escolas - uma
visitante e uma local - com benefícios acadêmicos para
os dois lados. Também envolve benefícios
econômicos para a escola local, pois a
colaboração envolve o subsídio das atividades
locais e a doação de livros da escola visitante
(escola particular de centros urbanos fora da Amazônia) para
a escola local (escola pública rural no município de
Alta Floresta ou Novo Mundo). O Programa Escolas Irmãs
possui dois objetivos. Um deles é despertar o interesse pela
Amazônia entre jovens dos grandes centros urbanos: uma das
causas dos problemas da Amazônia é que mais de 80% dos
brasileiros vivem longe demais da Amazônia e não
possuem consciência de sua importância. O outro
objetivo é a sustentabilidade financeira: comparada com
outras abordagens em conservação, a
educação demora para causar impactos
tangíveis.
Desenvolvimento Sustentável: parte do
negócio Anglo American
Para a Anglo American, o apoio a iniciativas como as de Silvio
é parte do esforço para um mundo melhor e confirma
sua gestão totalmente comprometida com responsabilidade
social. No exterior, a companhia acaba de ser classificada, pela
segunda vez, entre as três empresas européias com
melhor desempenho em responsabilidade social pelo "Good Company
Rankings", organizados pela revista alemã de negócios
'Manager'.
Estes rankings certificam empresas cujas políticas de
capital humano e desenvolvimento sustentável contabilizaram
resultados positivos em governança e produtividade. O
terceiro lugar no ranking 2007 - em que a Anglo American esteve
à frente de empresas como BMW e Telefônica - foi
anunciado durante o World Economic Forum, em Davos, na
Suiça. Os primeiro e segundo lugares couberam às
alemãs BASF, gigante do setor químico, e Henkel, de
bens de consumo.
O Good Company Ranking é organizado duas vezes por ano
pela Manager Magazin, Deloitte, e pela consultoria empresarial
Kirchhoff. Desenvolvido entre as 120 maiores empresas
européias, o ranking é um trabalho independente,
baseado nos resultados de trabalhos feitos com meio ambiente,
capital humano, compromisso social e rentabilidade.
O Brasil também merece aplausos
A Anglo American Brasil, como em todas as empresas do grupo,
desenvolveu um Plano de Envolvimento com a Comunidade (PEC) junto
às unidades onde opera. O PEC resume as principais
ações para três anos (2006/2008) para a
atuação de forma conjunta com as partes interessadas.
O objetivo é maximizar os aspectos e impactos positivos das
atividades da Anglo American nas comunidades, além de
otimizar as oportunidades locais identificadas no processo de
consultas. As ações contidas no plano, e ainda outras
que foram definidas ao logo do processo de envolvimento, têm
um acompanhamento regular.
Como elemento auxiliar de sua política de Investimento
Social, a empresa também desenvolveu um Manual de
Apresentação de Projetos, cuja meta é auxiliar
as instituições de caráter público e
privado na elaboração de projetos e parcerias que
visem ao desenvolvimento das comunidades onde atua.
Os fóruns comunitários, realizados duas vezes ao
ano, constituem-se, mais do que encontros, em diálogos
permanentes. "Buscar a melhor parceria com as partes envolvidas
é nosso foco principal" afirma Liomar da Silva Rocha Vidal,
responsável pelas ações com as comunidades de
Niquelândia e Barro Alto. "Nosso compromisso é pensar
e trocar opiniões sobre projetos, programas e formas de
integração/participação da empresa
naquilo que for de interesse coletivo", destaca.