A aprovação do Projeto Barro Alto para
produção de níquel foi anunciada em dezembro
de 2006 pela Anglo American. Localizada no Estado de Goiás,
com investimento previsto de US$ 1,5 bilhão, a planta de
Barro Alto produzirá uma média de 36 mil
toneladas/ano de níquel contido em liga de
ferroníquel por 26 anos. Durante a fase de
construção, o empreendimento gerará mais de
4.000 empregos diretos e, na fase de operação,
aproximadamente 780 novos postos de trabalho.
A implantação do projeto começou em janeiro
de 2007, e o início da produção está
previsto para o primeiro trimestre de 2010. A expectativa é
de que a planta atinja capacidade total durante 2011.
A construção de Barro Alto inclui a
expansão da operação atual da mina e uma nova
planta metalúrgica, com o uso do mesmo processo de
produção de ferroníquel já adotado
há 20 anos pelas operações da Anglo American -
Codemin, em Niquelândia (GO), e Loma de Níquel, na
Venezuela. O fornecimento de energia elétrica, um dos
principais insumos para o projeto, já foi assegurado por
meio de um contrato de longo prazo.
O Projeto Barro Alto é extremamente importante e atraente
em um país onde a Anglo American já tem vasta
experiência no gerenciamento e na operação de
projetos de níquel. A produção de Barro Alto
contribuirá para praticamente duplicar a
produção de níquel do Grupo no mundo,
atingindo aproximadamente 90 mil toneladas por ano, em 2011.
“O Projeto Barro Alto é o maior investimento
já feito pela companhia no país em níquel. Com
a aprovação de Barro Alto, a empresa deu um
importante passo para se tornar um dos grandes produtores de
níquel no mundo”, completa o executivo.
A mina de Barro Alto está localizada no Estado de
Goiás, a cerca de 170 km a noroeste de Brasília, 240
km ao norte de Goiânia e 150 km da operação de
níquel da Anglo American - Codemin, em Niquelândia. O
depósito foi descoberto no final dos anos 60 e a Anglo
American completou a aquisição dos direitos
minerários em 2002, por US$ 35 milhões. Os estudos de
viabilidade começaram em outubro de 2004 e foram completados
em setembro de 2006.
O total de recursos minerais do depósito é de
116,2 milhões de toneladas, com teor médio de 1,54%
de níquel, que serão lavrados dentro dos
métodos convencionais para mina a céu aberto. Desse
total, 62,4 milhões de toneladas têm teor médio
de 1,66% de níquel. Parte do minério deste
depósito vem sendo processado desde 2003 na planta de
ferroníquel em Niquelândia. Esta
operação alongou a vida da Anglo American - Codemin e
aumentou sua produção de 6 mil para 10 mil toneladas
por ano, permitindo que a empresa se beneficie ainda mais dos
fortes preços do níquel. O minério de Barro
Alto continuará a ser transportado para Niquelândia,
durante os 26 anos de vida de Barro Alto. A experiência que a
Anglo ganhou tratando o minério de Barro Alto na unidade de
Niquelândia agilizará consideravelmente a
implantação do Projeto.
Avanço das obras
Cronograma
O Projeto Barro Alto segue de acordo com o cronograma estipulado
no momento de seu lançamento. A terraplanagem dos
pátios industriais está em fase final de
execução e os serviços de drenagem da planta
industrial estão em andamento.
Foram concluídas em abril as bases para
sustentação da carcaça do forno
elétrico da linha I. As de sustentação do
prédio de estrutura metálica serão
concluídas nesse mês, viabilizando o início da
montagem das estruturas metálicas ainda em maio.
Também já teve início a
escavação da área do reservatório de
água de processo.
Na subestação principal estão em andamento
as fundações para a Casa de Comando e bases civis dos
transformadores. Também foi dado o arranque dos pilares do
forno calcinador da linha I com conclusão prevista para este
mês.
Além disso, o alojamento da planta, com capacidade para
acomodar cerca de 3.300 pessoas que deverão trabalhar na
implementação do projeto, e o refeitório, que
serve 5.000 refeições por dia, foram inaugurados em
janeiro deste ano.
Na mesma época dessa inauguração, a planta
recebeu os primeiros equipamentos, nacionais e vindos da China e
dos Estados Unidos, que serão partes dos calcinadores e
fornos elétricos. Os grandes pacotes tecnológicos
– entre os quais estão fornos calcinadores, secadores,
fornos elétricos e fornos de refino – já foram
adquiridos e os demais estão em processo de compra.
Para garantir o bem-estar dos empregados, a Anglo American ainda
instalou uma lavanderia no site de Barro Alto, onde são
distribuídos 500 kits de roupa e 200 kits de enxoval (cama e
banho) diariamente.
Área de Lazer
Para promover o bem-estar dos profissionais que trabalham no
Projeto Barro Alto, a Anglo American desenvolveu uma área de
lazer destinada exclusivamente aos empregados que atuam na obra no
município de Barro Alto (GO). Inaugurado este ano
(fevereiro), o espaço conta com posto bancário,
cinema, lanchonete, sorveteria, barbearia/cabeleireiro, revistaria,
farmácia e até loja de roupas.
Recursos Humanos
A fase atual de recrutamento para o Projeto Barro Alto envolve a
busca de profissionais de nível superior e técnico de
diversas especialidades, como engenheiros eletricistas, analistas
contábeis e analistas de laboratório. Outras vagas
que serão ocupadas nos próximos meses são para
profissionais de nível superior e técnico em
metalurgia, mecânica, elétrica e
mineração.
Segurança no Projeto Barro Alto – novo
recorde
A equipe de Barro Alto bateu novo recorde ao alcançar 3
milhões de horas/homem trabalhadas sem acidentes com
afastamento no início de 2008. O resultado chamou
atenção e obteve reconhecimento da presidente
executiva da Anglo American plc, Cynthia Carroll e de toda a alta
direção do Grupo.
A Anglo American conta com todos para manter as melhores
práticas de segurança, seu cumprimento e a meta de
zero acidentes e repetições de ocorrências.
Para a empresa não existe nenhum trabalho tão
importante que não possa ser feito em total
segurança. Esse é o princípio que orienta
todos os empregados e contratados da Anglo American.
Capacitação local
Durante os últimos dois meses um grupo de 32
cidadãos de Barro Alto iniciou o curso técnico em
eletrotécnica do SENAI de Niquelândia. Oferecido pela
Anglo American como parte de sua política para
capacitação e desenvolvimento da comunidade local, o
curso foi feito sob medida e oferece carga horária de 1600
horas, sendo 1200 horas em sala de aula e as outras 400 destinadas
a estágio em ambiente industrial. Além das bolsas, a
empresa ofereceu alimentação aos alunos, enquanto a
Prefeitura Municipal de Barro Alto foi responsável pelo
transporte até a cidade vizinha.
Também iniciaram no último mês as aulas do
curso de qualificação para a construção
civil também do SENAI. As aulas acontecem em Barro Alto e
294 alunos aprenderão a atuar como pedreiros, carpinteiros,
encanadores, armadores e pintores, com carga horária total
de 80 horas. No fim do curso, receberão ainda mais 40 horas
de treinamento em segurança do trabalho, totalizando 120
horas de curso.
Outras 120 pessoas também vão participar da
segunda fase do Programa de Capacitação Profissional
de Barro Alto, ministrado pela Pró-Cerrado, que visa a
inclusão digital de jovens e adultos, além de
capacitação em técnicas administrativas.
Serão qualificadas 60 pessoas em informática
básica, com carga horária de 60h/aula, e 60 em
técnicas administrativas, com carga horária de
40h/aula.
Mercado de Níquel
A Anglo American aposta no crescimento do mercado de
níquel até 2018. O Brasil é responsável
hoje por 3% da produção mundial de níquel e em
11 anos deve atingir 11% do mercado mundial.
O mercado de níquel ainda pode gerar dois ou três
ciclos de projetos para o setor no Brasil, mesmo com a queda do
preço do metal. De acordo com estudos geológicos
publicados pelo Mining Journal, o País tem potencial para
cerca de 17 milhões de toneladas de níquel contido
nos recursos minerais, volume comparável aos de
países como Rússia e Austrália.
Atualmente a participação da Anglo American no
Brasil é de 25% da produção de níquel.
Com o crescimento da produção do minério no
País, daqui a cinco anos, a expectativa da empresa é
aumentar para 30% sua participação de mercado, sendo
que a previsão é atingir a liderança
brasileira com 45% até 2018.
Cerca de 65% a 70% da produção de níquel
é hoje empregada para a fabricação de
aço inoxidável, sendo o restante utilizado para a
confecção de baterias, catalisadores e outras ligas.
Existem diversas formulações para o aço
inoxidável (todas com alguma combinação de
Ferro, Níquel, Cromo, Molibdênio e outras ligas), que
podem ser organizadas em dois grandes grupos: os aços
inoxidáveis Austeníticos (Série 3), com cerca
de 8% de níquel contido, e os aços inoxidáveis
Ferríticos (Série 2), com aproximadamente de 1% a 3%
de níquel contido.
O mercado de níquel sofreu muitas
alterações nos últimos quatro anos, sendo que,
a partir de 2000, se tornou mais evidente o aumento de
investimentos na produção de commodities incluindo o
próprio níquel. Nos últimos três anos,
este mercado teve um déficit de 30 a 40 mil toneladas de
segurança e o valor do níquel subiu até
atingir US$ 50 mil/tonelada. Foi o maior valor histórico
– em termos nominais e do preço do níquel nos
últimos 50 anos. Há alguns meses, porém, o
valor da tonelada do níquel baixou para uma faixa de US$ 25
mil e, mais recentemente, chegou a cerca de US$ 30 mil. Mesmo
assim, segundo os executivos da companhia, este é um valor
em que é possível operar e desenvolver novos
projetos.
O níquel, que sempre teve uma grande
participação nos custos do aço inox -
historicamente de 27% a 30% dos custos totais diretos - passou a
ter um peso ainda maior com o aumento do preço da commodity
nos mercados internacionais, o que levou muitos produtores a
buscarem formulações de aço inox que levassem
menos níquel. O grande e atual desafio é a
intensidade do uso do minério, ou seja, devido aos altos
preços, os produtores de aço inox vêm usando
menos níquel em suas formulações. Existem
aplicações que exigem formulações
diferenciadas, que contêm maiores teores de níquel.
É esta a fatia de mercado que pode chegar a cerca de 50% e
não pode ser facilmente substituída por outras
matérias-primas.
Futuro do Mercado Mundial de Níquel
O crescimento do mercado mundial de níquel é de 3%
a 5%, e deve-se entender as formulações que
serão consumidas e enxergar o mercado com muito potencial.
De acordo com a Anglo American, ainda existe bastante espaço
para crescimento de demanda, uma vez que o consumo per capita de
níquel por ano em países desenvolvidos ainda é
muito superior àquele observado nas economias emergentes. Na
Europa, o consumo de aço inox per capita por ano é de
cerca de 13-15 kg; no Brasil, é de 1,5 kg; na China, atinge
4,5 kg a 5 kg e na Índia, também é de 1,5 kg.
Países como China e Índia devem chegar à marca
de 10-12 kg per capita por ano em médio prazo.
“A Anglo American vem desenvolvendo uma carteira de ativos
de níquel há mais de dez anos. Hoje, a empresa
está bem posicionada com ativos de classe mundial (alto
volume e baixo custo de operação), que levarão
o grupo a uma posição privilegiada no mercado”,
afirma Paulo Castellari, diretor de Marketing e de Novos
Negócios da Anglo American Brasil. “As tecnologias de
produção – que para o níquel podem
significar grandes barreiras de crescimento – a serem
utilizadas nos projetos da Anglo American são conhecidas e
testadas. Isso coloca a empresa numa posição
estratégica forte”, completa.
Os maiores produtores mundiais de níquel hoje e
em 2018
|
Rússia |
Austrália |
Canadá |
Brasil |
2007 – participação no mercado mundial |
17% |
19% |
18% |
3% |
2018 – participação no mercado mundial |
12% |
14% |
9% |
11% |
Desenvolvimento sustentável
A Anglo American tem como compromisso apoiar o desenvolvimento
das comunidades em que atua. Em Barro Alto (GO), a empresa investiu
em 2007 mais de R$ 860 mil em projetos de melhoria e
inclusão social na cidade, como reforma da Escola D. Maria
Divina da Silva e os projetos Camerata de Violões e Banda de
Percussão. Veja abaixo os números relativos ao
investimento da Anglo American na comunidade de Barro Alto de
2007.
Prefeitura de Barro Alto - Ampliação Escola Maria
Divina |
332.600,00 |
Corpo Bombeiro - Proj. Melhoria Quartel –
Goianésia |
46.114,82 |
Fundação Tiradentes - Proerd Goiás -
Combate a Drogas e Violência Barro Alto |
6.568,50 |
Campanhas DST/AIDS/DROGAS - GIV - Barro Alto |
83.180,46 |
Associação Parceiros Arte Barro Alto - Projeto
Banda de Percussão |
47.515,66 |
Programa Capacitação Profissional
Construção Civil Barro Alto |
22.099,21 |
Associação Amigos da Cultura - Camerata de
violões - Barro Alto – Rouanet |
172.000,00 |
Prefeitura Barro Alto Pecuária 2007 - Barro Alto |
17.805,09 |
Câmara Municipal de Vereadores - Construção
Câmara/Biblioteca Barro Alto |
100.000,00 |
Ações do PEC - Barro Alto |
10.730,50 |
Fundação Pró Cerrado - Projeto
Capacitação Profissional Barro Alto |
25.777,00 |
Total em 2007 |
864.391,24 |
Meio Ambiente
A Anglo American investe na preservação do meio
ambiente em todas as localidades onde atua. Em Barro Alto, por
exemplo, a empresa apóia o Projeto Aguação,
que visa recuperar a mata ciliar do entorno do Córrego
Extrema, que contorna a cidade, degradada por causa da atividade
agropecuária. O cuidado com os recursos hídricos
é uma de suas prioridades, por isso a empresa monitora
constantemente a qualidade da água superficial e
subterrânea, assim como seu nível e vazão. A
água utilizada na atividade de mineração
é totalmente reutilizada, de modo que só é
necessário captar água dos córregos para repor
as perdas por evaporação. Na área de
manutenção, a água é separada do
óleo utilizado nas máquinas e reaproveitada, enquanto
que o óleo usado é comercializado. Já o esgoto
dos banheiros e cozinhas é tratado em uma fossa
séptica para que a água, limpa, possa ser devolvida
para o meio ambiente.
A empresa também investe no monitoramento da fauna da
região. O estudo da biodiversidade começou com o
Estudo de Impacto Ambiental, elaborado em 2000, durante o estudo de
viabilidade do projeto. O monitoramento biológico foi
proposto buscando a adoção de medidas viáveis
de mitigação de impactos. Quatro campanhas foram
desenvolvidas entre 2004 e 2006, que serviram como apoio para a
elaboração do Plano de Controle Ambiental da
atividade de mineração. Este monitoramento inclui
mamíferos, aves, anfíbios, répteis e peixes.
Como resultado destes trabalhos, as principais ações
para os próximos anos serão a educação
dos motoristas a respeito de animais silvestres nas estradas, maior
atenção aos rios e nascentes com monitoramento da
pesca, cuidados para evitar acidentes com serpentes
peçonhentas, estudos de flora para verificar se há
diferenças na composição das espécies
de áreas que apresentam viabilidade econômica para
extração de minério, proibição
de entrada de caçadores e cães nas áreas de
preservação, e conscientização da
comunidade vizinha sobre a importância da
preservação da biodiversidade. Em 2007, este trabalho
foi retomado em parceria com a Universidade Federal de
Goiás.