A atividade é uma parceria entre Anglo American, SEBRAE e o Sindicato dos trabalhadores Rurais de Goianésia e Santa Rita do Novo Destino
O projeto Cultivo de Seringueira e Pimenta na região de Goianésia, Santa Rita do Novo Destino e Barro Alto começa a se mostrar viável para o pequeno agricultor, com a colheita da primeira safra de pimenta. Doriedson Mariano de Jesus, de 43 anos, plantou 500 mudas de seringueira e 300 pés de pimenta malagueta, em parcela rural do Assentamento Engenho da Pontinha, em Santa Rita do Novo Destino.
A primeira colheita, ocorrida em dezembro do ano passado, rendeu ao produtor 100 quilos de pimenta, que foram vendidos por 9 reais o quilo. Doriedson e sua esposa, Marilsa Alves dos Santos de Jesus, 35, integram o Projeto Seringueiras, que promove o plantio consorciado para 15 assentados do Incra nos munícipios goianos de Barro Alto, Goianésia e Santa Rita do Novo Destino. Os bons resultados alcançados pelo produtor vão possibilitar o plantio de outro hectare com 600 novas mudas de seringueira. “Vamos alcançar a meta futura do projeto, que orienta plantar quatro hectares” , observa Doriedson.
O Sebrae disponibiliza, por meio de convênio com o Incra, a assessoria de um engenheiro agrônomo e de um técnico agrícola que apóiam os agricultores na execução do projeto e no acompanhamento das atividades, como a implantação do kit de irrigação, instrução quanto ao seu uso e os cuidados ao longo do cultivo das espécies. O projeto contou com um investimento de R$ 137.975,00, sendo que deste total R$ 78.500,00 foram financiados pela Anglo American.
De acordo com o gestor do Sebrae, Renato Jayme, as mudas de pimenta geram lucro a partir dos primeiros meses de cultivo, já que a seringueira gera resultados após cerca de sete anos, momento em que a árvore fica pronta para a extração do látex.
Um estudo inicial mostra que a renda de um agricultor pode chegar a R$ 5 mil por mês, quando as seringueiras estiverem produzindo. “Fora o recurso da venda da malagueta, que agrega valor à plantação”, informa Renato.
Comunidades sustentáveis
As famílias que integram o projeto participaram de capacitação para o plantio das seringueiras. Os 15 produtores foram orientados em relação a montagem do sistema de irrigação e manejo das culturas, preparo do solo, cultivo, colheira, mercado e comercialização. De acordo com Liomar da Silva Rocha Vidal, coordenador de Relações com Comunidades da Anglo American, o projeto estimula manter o homem trabalhando e produzindo renda no campo.
Liomar lembra que a Anglo American investiu em vários projetos de desenvolvimento social e sustentável na região, em geração de emprego e renda, educação, cultura e esporte. “Em 2012, investimos cerca de R$ 3,7 milhões em projetos que beneficiam comunidades que circundam nossa atividade mineradora”, diz.
Criatividade do produtor
Apesar da indicação da plantação de pimenta alguns produtores decidiram consorciar outros cultivos intercalados com a seringueira e tiveram bons resultados. Nildo Sodré de Souza, 48, é um deste agricultores e está na segunda etapa, com 2,5 hectares do plantio consorciado, com 1.370 mudas de seringueira.
Além da pimenta (300 pés), Nildo cultiva abóbora (100 covas) e pepino (100 covas). Ele teve o apoio do consultor do Sebrae Goiás, João Augusto da Silva, para fazer esta mudança no projeto. “O produtor pode plantar frutas ou hortaliças junto às seringueiras, adaptando-se ao mercado consumidor”, informa o consultor. Nildo usou o lucro da agricultura para investir o dinheiro num viveiro de mudas da própria seringueira.