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Projeto Casa de Farinha rende bons frutos para comunidade quilombola

27 maio, 2013

Ação desenvolvida com apoio da Anglo American aumenta produtividade de mandioca e outras culturas da agricultura familiar

Há dois anos, a Associação dos Remanescentes do Quilombo de Pombal, em parceria com a Anglo American, inaugurou a Casa de Farinha, com o objetivo de gerar emprego e renda para as famílias envolvidas, bem como propagar e perpetuar a história, a cultura e os valores da comunidade remanescente do quilombo de Pombal.
 
A Casa de Farinha, localizada na região conhecida como Lagoa Seca, município de Santa Rita do Novo Destino, foi estruturada para atender os agricultores da região que se dedicam à produção de farinha e mandioca em escala industrial. O projeto conta com o apoio da Anglo American; Fundação Cultural Palmares; Secretaria da Cultura do Estado de Goiás; Ministério da Cultura, por meio do programa Cultura Viva; Fundação Interamericana e Petrobras, por meio do Programa Desenvolvimento e Cidadania. Os recursos são destinados para capacitação técnica e compra de equipamentos agrícolas para aumentar a produtividade de mandioca e outras culturas da agricultura familiar.
 
Graças a esses incentivos, o projeto possui hoje uma infraestrutura adequada para desenvolver atividades de produção. Máquinas agrícolas, galpões, insumos para plantio 100% orgânico fazem parte da estrutura adquirida. Estes recursos garantem a qualidade da matéria-prima e têm transformado a economia e o desenvolvimento da região.

Produção e atividades fortalecem o projeto
A Casa de Farinha mostrou grande potencial de desenvolvimento ao longo destes dois anos de atividades. O projeto, que em 2011 teve início com dez empregos diretos, entre técnico agrícola e auxiliares, se multiplicou no ano seguinte. Hoje, mais de 160 agricultores rurais trabalham diretamente e 500 indiretamente no projeto, entre famílias que residem na comunidade quilombola de Pombal, no quilombo de Zagaia, Verdelândia e no assentamento de Reforma Agrária. Além disso, em 2012 foram produzidos nove toneladas de produtos, entre polvilho e farinha.
 
O projeto tem expandido sua produção e, além de derivados da mandioca, são fabricados queijo, doce de leite e requeijão. Os produtos estão sendo vendidos em eventos na região em exposição, feiras e sob encomenda. O objetivo da associação é oferecer de tudo um pouco e divulgar bem o produto da comunidade.
 
Para desenvolver essas atividades mecanizadas, a associação foi buscar parcerias para estruturação do espaço. Atualmente, a Casa de Farinha conta com tratores, caminhão, distribuidor de calcário, plantadeiras de grãos mecanizada e de tração animal, sulcador, perfurador de solo, afofador para colheita de mandioca, máquina de plantar manivas, camionete, pulverizador, colhedeira de grãos e galpões.
 
No Ponto de Cultura, a comunidade também aproveita o espaço para outras produções, sendo um local para os trabalhos artesanais, que além de contribuírem para a renda da associação, fortalecem a cultura quilombola regional. Cantos e danças típicas, festas do divino, festas louvor aos Santos Padroeiros, contos e rezas são algumas das atrações oferecidas.
 
Para aumentar ainda mais a produção da Casa de Farinha, a Associação dos Remanescentes do Quilombo de Pombal apresentou, em novembro do ano passado, um novo projeto para a Petrobras, por meio de edital público na área ambiental. O projeto foi um dos finalistas e o resultado foi divulgado em uma coletiva de imprensa, realizada em abril deste ano, em Brasília. O projeto Preserve e Sustente desenvolverá ações para recuperar e conservar as nascentes, os recursos hídricos e áreas degradadas com desenvolvimento de práticas agroecológicas sustentáveis. Além disso, a associação também investirá em maquinários para melhoria e desenvolvimento da Casa de Farinha.
 
Além de fabricação dos subprodutos da mandioca, será construído ao lado do galpão da Casa de Farinha um espaço para despolpar os frutos do cerrado e dos quintais produtivos. A associação oferecerá ainda mudas das espécies do cerrado, profissional capacitado e insumos necessários para o plantio, gerando mais renda para as famílias.
 
Apoio e desenvolvimento ao longos dos anos
A Associação dos Remanescentes do Quilombo de Pombal é respeitada pelo desempenho em projetos e demais ações junto à comunidade, graças ao apoio da Anglo American, que desde 2010 mantém parceria com a associação. A Casa de Farinha é um exemplo entre as ações de desenvolvimento que conquistou espaço social e melhorou a vida da comunidade.
 
A Anglo American investiu cerca de R$ 170.768,36 em estrutura e instalação de equipamentos doados para a Fundação Cultural Palmares e capacitação profissional dos membros da comunidade. Além disso, o apoio refletiu no trato com produtos e subprodutos da mandioca, realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), transformando o comportamento social e a economia da comunidade quilombola.
 
Segundo a coordenadora do projeto Casa de Farinha, Naílde Rodrigues, além das particularidades e relevância que caracterizam o projeto, a parceria com a Anglo American foi fundamental para a conquista do apoio da Petrobras e de outras instituições. Ela explica que foi a partir da relação com a empresa que a associação conseguiu expandir seus horizontes e inscrever o projeto na seleção pública da Petrobras.
 
Sobre a Associação
A Associação dos Remanescentes do Quilombo de Pombal, localizada em Santa Rita do Novo Destino (GO), foi criada em 2001 com a finalidade de resgatar costumes e tradições, bem como os direitos da comunidade enquanto remanescentes quilombolas. Desde então, busca orientar famílias quilombolas de outras localidades para que se organizem em associação e busquem parcerias para melhorar a qualidade de vida e promover inclusão social. A comunidade quilombola de Pombal desenvolve diversas atividades ligadas ao artesanato e à agricultura familiar. Os projetos principais são: confecção e artesanato, lavoura e horta comunitária, plantio de mandioca para fabricação de farinha e polvilho, entre outros.