Anglo American aposta em crescimento Copebrás ultrapassa 1 milhão de toneladas de fertilizantes vendidas em um ano (Níquel)
26 novembro, 2007
O Brasil é responsável hoje por 3% da produção mundial de níquel e em 11 anos deve atingir 11% do mercado mundial
O mercado de níquel ainda pode gerar dois ou três ciclos de projetos para o setor no Brasil, mesmo com a queda do preço do metal. De acordo com estudos geológicos publicados pelo Mining Journal, o País tem potencial para cerca de 17 milhões de toneladas de níquel contido nos recursos minerais, volume comparável aos de países como Rússia e Austrália. Essa é a aposta da Anglo American, que terá um aumento de 36 mil toneladas anuais a partir de 2010, com a implementação do Projeto Barro Alto que ocorreu este ano.
“Hoje, a participação da Anglo American no Brasil é de 25% da produção de níquel. Com o crescimento da produção do minério no País, daqui a cinco anos, nossa expectativa é aumentar para 30% de participação de mercado, sendo que a previsão é atingirmos a liderança brasileira com 45% até 2018”, afirma Paulo Castellari, diretor Comercial e de Desenvolvimento de Negócios da Anglo American Brasil.
Mercado de Níquel
Cerca de 65% a 70% da produção de níquel é hoje empregada para a fabricação de aço inoxidável, sendo o restante utilizado para a confecção de baterias, catalisadores e outras ligas. Existem diversas formulações para o aço inoxidável (todas com alguma combinação de Ferro, Níquel, Cromo, Molibidênio e outras ligas), que podem ser organizadas em dois grandes grupos: os aços inoxidáveis Austeníticos (Série 3), com cerca de 8% de níquel contido, e os aços inoxidáveis Ferríticos (Série 2), com aproximadamente de 1% a 3% de níquel contido.
De acordo com Paulo Castellari, o mercado de níquel sofreu muitas alterações nos últimos quatro anos, sendo que, a partir de 2000, se tornou mais evidente o aumento de investimentos na produção de commodities incluindo o próprio níquel. Nos últimos três anos, este mercado teve um déficit de 30 a 40 mil toneladas e o valor do níquel subiu até atingir o valor de US$ 50 mil/tonelada. “É o maior valor histórico – em termos nominais e do preço do níquel nos últimos 50 anos. Há cerca de dois meses, o valor da tonelada do níquel baixou para uma faixa de US$ 25 mil e, mais recentemente, chegou a cerca de US$ 30 mil. Mesmo assim, este é um valor em que é possível operar e desenvolver novos projetos”, explica o diretor.
O níquel, que sempre teve uma grande participação
nos custos do aço inox - historicamente de 27% a 30% dos
custos totais diretos - passou a ter um peso ainda maior com o
aumento do preço da commodity nos mercados internacionais, o
que levou muitos produtores a buscarem formulações de
aço inox que levassem menos níquel. “Nosso grande
desafio é a intensidade do uso, ou seja, o quanto de
níquel vem sendo utilizado em aço inox, que vem
caindo”, afirma Castellari. “Existem
aplicações que exigem certas formulações, que
contêm maiores teores de níquel, e esta fatia de mercado,
que pode chegar em cerca de 50%, não pode ser facilmente
substituída por outras matérias-primas”,
completa.
Mesmo com o movimento de ajuste de preços, o setor é
bastante atrativo – daí os novos investimentos neste
mercado. “Deve-se sempre avaliar as forças
‘físicas’ – oferta e demanda – e as
forças ‘financeiras’ – o mercado de
commodities ganhou atenção nos últimos anos e,
conseqüentemente, interesse por investidores ao redor do
mundo. Olhando as forcas ‘físicas’, o mercado
ainda é muito promissor. Muitos peritos do segmento ainda
acreditam em um ‘super ciclo’”, afirma
Castellari.
Futuro do Mercado Mundial de Níquel
O crescimento do mercado mundial de níquel é de 4% a 6% e deve-se entender as formulações que serão consumidas e enxergar mercado com muito potencial. De acordo com a Anglo American, ainda existe bastante espaço para crescimento de demanda, uma vez que o consumo per capita de níquel por ano em países desenvolvidos ainda é muito superior àquele observado nas economias emergentes. “Na Europa, o consumo de aço inox per capita por ano é de cerca de 13-15 kg; no Brasil, é de 1,5 kg; na China, atinge 4,5 kg a 5 kg e na Índia, também é de 1,5 kg. Tudo nos leva a crer que países como China e Índia cheguem à marca de 10-12 kg per capita por ano, em médio prazo”, completa Castellari.
“A Anglo American vem desenvolvendo uma carteira de ativos de níquel há mais de dez anos. Hoje, a empresa está bem posicionada com ativos de classe mundial (alto volume e baixo custo de operação), que levarão o grupo a uma posição privilegiada no mercado”, afirma Paulo Castellari. “As tecnologias de produção – que para o níquel podem significar grandes barreiras de crescimento – a serem utilizadas nos projetos da Anglo American são conhecidas e testadas. Isso coloca a empresa numa posição estratégica forte”, completa.
Os maiores produtores mundiais de níquel hoje e em 2018
Rússia | Austrália | Canadá | Brasil | |
2007 – participação no mercado mundial | 17% | 19% | 18% | 3% |
2018 – participação no mercado mundial | 12% | 14% | 9% | 11% |